Eu vi um horrível, desagradável, sonho. Um sonho em que você desapareceu na frente dos meus olhos.
Eu vi esse sonho de novo e de novo.
Isso tudo foi um sonho que eu vi ontem.

Eu me pergunto quantas vezes aconteceu hoje.
Quantas vezes foram ontem.

Quantas vezes nós já nos falamos naquele parque.
Essa pode ser a primeira vez para você, mas eu não sei quantas vezes já aconteceu para mim.
Eu tinha falado disso com você antes também.
Eu falei disso com você tantas vezes.
E em todas as vezes, você acreditou em mim.
Você realmente se preocupou com isso.

Mas, em todas as vezes, você sempre morre.
Sempre que eu te contasse isso, você se preocuparia e faria uma expressão triste.
É por isso que eu me decidi, eu não vou mais te contar.

Você não precisa se preocupar. Eu já estou bem.
E eu meio que comecei a gostar dessas horas em que nós nos falávamos no parque.

Estará tudo bem enquanto eu te ouvir falar.
Mesmo que, por você falar das mesmas coisas em todas as vezes, eu já tenho decorado todas as letras e frases, palavra por palavra.
Mesmo assim, está tudo bem.
Está tudo bem, então tudo o que eu quero é te ouvir falar.

Nos momentos em que eu escuto a sua voz, eu me sinto bem e consigo ignorar o som daquelas cigarras.
Porque eu escuto somente a sua voz.

Quando olhamos para o relógio, são 12:30.

“Nós devemos ir pra casa agora?”

Quando eu estendo minha mão, você fica vermelha enquanto a segura.
Você realmente é desagradável até nessas horas, hein?
É por isso que você não é popular.

Bem, já está quase na hora então eu vou deixar as coisas ficarem desse jeito.
Obrigada por tudo, Hibiya.

Enquanto eu pensava, as cigarras barulhentas,
a estagnada, incerta neblina desse calor também...

...e o verão, eu realmente odeio todos eles.

Olhando para cima, uma viga de metal caía na frente dos meus olhos bem na hora programada.